Roda

     Roda nasce da ideia de criar movimento entre memórias e o espaço. É uma mistura de memórias já envelhecidas com um olhar muito verde sobre a cidade de Lisboa, um contraste de culturas e espaços.

     A construção dessas memórias começou muito cedo aos seis anos quando entrei para o Rancho Folclórico de Vilarinho em Amarante. Foram quase vinte anos a visitar muitos lugares e palcos, dentro e fora de Portugal, sob o carinho dos aplausos. No verão, os trajes pesavam sobre o corpo e deixavam-no cansado e a suar, no inverno, aconchegavam qualquer um.

     O Folclore português é muito rico em costumes e saberes muito particulares, divididos por região e, cada traje contém uma história, narrada pelo seu desenho, mas também contada por quem a veste. Um traje em movimento faz o tempo recuar – mas a experiência exige o respeito por uma série de regras não estabelecidas entre o espectador e o intérprete.